Dois filmes em cartaz em Brasília falam de questões muito contemporâneas da França e, por tabela, da Europa e do mundo. O primeiro, a comédia “Que mal eu fiz a Deus”, de Philippe de Chauveron, parte da pluralidade cultural para falar de intolerância e de novas configurações.
Em uma família tradicional, branca, católica, de classe média alta e moradora numa bela chácara na periferia de Paris, as três primeiras filhas do casal se casam com um árabe, um judeu e um chinês. Confusão sem fim, com desentendimentos entre os genros, dificuldades dos sogros em entender e aceitar a maneira como os netos estão sendo criados, etc.
Tudo que pareceria difícil e confuso faz o casal depositar na caçula, a quarta filha, a esperança de um casamento mais convencional, com algum cristão europeu… Só que ela e o namorado, que planejam de fato se casar, vão ter muitos problemas pela frente. Ele é negro, faz teatro, trabalha como clown, e sua família, na África, resiste a permitir o enlace com uma branca colonialista…
Diante de um “inimigo” comum, até os três primeiros genros se unem aos sogros para resistir à entrada de um negro na família. Todo mundo contra, menos os amantes, lógico. A comédia rola solta, inteligente e atual, com o desfecho previsível, claro, mas a gostosa lição que valoriza o amor e a tolerância. Muito bom!
Beijus!
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