JC Junot é um jornalista mineiro com quem convivi quando morava por BH. Lembro-me dele como repórter de TV e na relação de amizade fora do horário de trabalho. Agora ele me surge como autor de um romance policial, “Vermelho Escarlate” (Editora B), que é um barato.

Com domínio da narrativa típica do gênero, Junot construiu um personagem carismático, o jornalista Marco Antônio Loriba, às voltas com a investigação da morte de uma estudante de Belas Artes, que vai desaguar num psicopata com todas as características dos melhores vilões do segmento.

Como eu também gosto de fazer, Junot espalha pelo texto pistas que ligam a ficção a elementos da realidade. Algumas são fáceis de identificar, outras constituem enigmas, mas o mais legal é mesmo a mescla de tudo. Um jornal chamado “Jornal da Tarde”, nas imediações da rua Goiás, uma polícia ora atenta e profissional, ora inepta e leniente… Pressões políticas, a delegacia no São Cristóvão… Enfim, o caldo de uma cultura jornalística e policial que qualquer belo-horizontino detecta.

Para compor a trama, Junot compõe personagens ricos e interessantes, como o próprio repórter, o psicopata, o delegado, a namorada policial de Loriba, o investigador novato que chega de São Paulo e não tem ideia de onde se meteu… E aproveita para ensinar um pouco de jornalismo investigativo, num momento em que nossa área anda tão carente de profissionais mais atuantes e menos preguiçosos.

Parabéns ao amigo, e que os leitores curtam muito o “Vermelho Escarlate”.

Beijus!