O segundo Ricardo Darín da temporada é o melhor de todos que vi nas últimas semanas. “Relatos Selvagens” também coprodução hispano-argentina, dirigida por Damián Szifron e com Pedro Almodóvar entre os produtores, reúne seis histórias de humor negro de uma violência e uma graça deslavadas. Tudo acontece nos extremos. Os personagens não estão à beira de um ataque de nervos, mas em pleno exercício de seu dia de fúria. É genial.
As histórias falam de paroxismos: na primeira, a mais curta e contundente, todos os passageiros de um avião descobrem que têm em comum motivos para o ódio de um personagem que tem motivos de sobra para querer matá-los a todos.
Nas demais: dois homens se desafiam, numa estrada deserta. Um a bordo de um carrão de magnata, o outro de uma furreca de pobretão, cada um mais furibundo com o outro e sem limites para exercitar a violência gratuita. Outra: um jovem atropelou e matou e seu pai tenta comprar o empregado para assumir a culpa no lugar do rapaz. As consequências vão ser desastrosas. Quarta, a protagonizada por Darín: num típico dia de fúria, homem tem seu carro rebocado, é multado, briga com a ex-mulher e parte para tocar o terror nos burocratas do poder público. Mais: uma mocinha e uma mulher despejam a vingança sobre o homem cruel que fez mal à família da menina no passado. E por fim a deliciosa história do casamento: no meio da festa, a noiva descobre a traição do noivo e toca o terror sem freios. Acontece de tudo, é tudo engraçado e terrível.
Que filmaço!
Beijos!
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