Dois mitos foram os temas dos últimos filmes que assisti e não tive tempo de comentar. “Noé”, de Darren Aronofsky, com Russell Crowe, trata do mito bíblico, dando a versão criacionista para a origem do mundo, com seus gigantes do passado, Adão, Eva e a descendência de Caim e Set, chegando a Matusalém (Anthony Hopkins, na foto com Crowe) e seu neto Noé.

Lúgubre, pesado, com efeitos especiais que não convencem e lances de maldade explícita do homem justo escolhido por Deus (não há nada disso na minha Bíblia), o filme perde uma boa oportunidade de revisitar o dilúvio e as tramas de vingança do Antigo Testamento.

O outro mito vem da História do Brasil: “Getúlio”, de João Jardim, é de outro nível. Também dramático, mas no tom certo, o filme se constrói sobre o suspense dos dias que antecedem o suicídio do presidente, premido por uma grave crise política em que não faltam ingredientes de traição, honra e ganância.

Com interpretações de qualidade, o elenco vem recheado de grandes nomes: além de Tony Ramos (foto), contido e verossímil no papel-título, também Drica Moraes, como a filha de Getúlio, Marcelo Médici, Clarice Abujamra, Leonardo Medeiros, Alexandre Borges e diversos outros ótimos atores. Um registro importante do momento histórico brasileiro.

Beijus!