Para compensar a ida forçada ao cinema num filme ruim feito Crô, assisti a uma beleza de produção: Trem Noturno para Lisboa, de Bille August. A história se baseia no romance homônimo de Pascal Mercier e reúne elenco estelar, internacional, para contar um drama sobre a trajetória filosófica, política e existencial de um suíço.
Vivido por Jeremy Irons, um dos meus atores favoritos no cinema, Trem Noturno para Lisboa começa em Berna, onde o professor Raimund Gregorius salva uma moça do suicídio e encontra nas coisas dela um livro escrito por um militante da resistência contra a ditadura de Salazar, Amadeu do Prado. Encantado pela escrita do autor, Gregorius pega o tal trem, larga pra trás uma vida monótona e sem sentido e parte para investigar os personagens daquela história.
Em Portugal, encontra não apenas o passado de Amadeu como muitos dos envolvidos ainda vivos, marcados pelos acontecimentos que levaram à Revolução dos Cravos, à morte de alguns e ao destino que coube a cada um.
Resistência, amor, companheirismo, traição e ciúme são ingredientes que não faltam. Uma beleza de filme, delicado, reflexivo, interpretado nas sutilezas e realizado com alma. Além de Irons, tem outros excelentes atores, como Bruno Ganz, Charlotte Rampling, Lena Olin, Christopher Lee e Tom Courtenay, velhos e bons intérpretes do melhor cinema.
Beijins!
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