Continuando a conferir os candidatos ao Oscar, assisti com meu sobrinho Hugo ao desenho “Detona Ralph”. Eu e o Hugo temos o costume de ver juntos alguns tipos de filme, principalmente aqueles em que precisamos um do outro. É o caso deste desenho.
A trama coloca um vilão de game a procurar nova identidade, em busca de ser mais aceito e de sair do lixão onde mora. O interessante é que o enredo mistura linguagens de games, coisas das quais nada sei, mas que o Hugo, da geração viciada em joguinhos, domina.
Ralph é o vilão de um jogo em que usa seus 3 metros de pura força para detonar um prédio. Seu oponente é Felix, que possui poderes para restaurar o que Ralph destrói. Ao longo do filme, Ralph foge e invade outro jogo, no qual suas habilidades poderão lhe conferir uma medalha e fazer dele um herói. Mas muitas trapalhadas vão ocorrer nesse ínterim e ele acaba caindo num outro lugar e se aliando a uma menina que seria apenas um “bug” do jogo, mas que luta para provar que é mais que isso.
Ao longo do filme, jogos de primeira geração, de pouca elaboração técnica e desenhos toscos, se confrontam com outros, mais sofisticados, tridimensionais, marcados pela velocidade e por outras características que acentuam as dificuldades para o jogador. A ambientação num fliperama permite todo esse cruzamento entre personagens e linguagens.
Inteligente, ágil e bem-humorado, “Detona Ralph” diverte e agrada mesmo a quem não entende nada do assunto. O roteiro e o acabamento resolvem tudo. Na versão dublada, o ator e cantor Tiago Abravanel faz bem a voz de Ralph.
Por fim, mas não menos importante, não deixe de ver o desenho em curta-metragem que passa na sessão antes do filme principal. Como o longa, trata-se também de uma produção Disney, “O avião de papel”, que também concorre ao Oscar e conta uma história de amor. Lindo, vale a sessão!
Beijus!
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