Autor de três livros – A mulher-gorila e outros demônios, Eu perguntei pro velho se ele queria morrer (e outras estórias de amor) e Estórias mínimas, todos editados pela 7Letras -, José Rezende Jr. faz um tipo de literatura cada vez mais raro, de texto lapidado e acabamento milimétrico.

O segundo desses livros ganhou o Prêmio Jabuti de contos de 2010, e não à toa. Em cada história, Rezende mergulha nas personagens e situações como um ourives a delinear uma pequena obra de arte. São contos ambientados no interior, mas aquele roseano, em que sertão é dentro da gente. A alma é o ambiente. Os sentimentos na beira no abismo, o humano estendido ao limite.

Tem de Rosa, tem de Ruffato, tem dos melhores escritores mineiros, que não por acaso estão entre os melhores do Brasil. Isso não quer dizer que a prosa de Rezende, extremamente poética, deva ou se inspire em alguém. É uma questão de linhagem, não de estilo propriamente.

Nada sobra, nada falta nos contos de Eu perguntei pro velho, precisos como o aço da navalha. Mineiro de Aimorés, Rezende trabalha como jornalista e escritor em Brasília. A leitura de seus contos aquece a alma do leitor.

Beijocas!