Foto: Divulgação
O segundo dia do Festival de Brasília teve foco interessante em dois personagens: o primeiro, o cartunista Angeli, pai da Rê Bordosa e de tantas outras criações geniais. Ele foi o centro do curta Angeli 24 horas, de Beth Formaggini (RJ), que documenta o trabalho compulsivo do artista, sem deixar de contextualizá-lo com paixão.
O segundo personagem da noite foi o protagonista do longa Transeunte, de Eryk Rocha (RJ). Com virtuosismo visual e sonoro, o filho de Glauber leva o espectador a acompanhar a rotina de um aposentado (Fernando Bezerra, foto) marcado pelo vazio e pela solidão. Se o filme começa com dificuldade para a plateia, devido ao ritmo devagar, quase parando, da narrativa, com o andar da carruagem a identificação se acentua, ajudada pela música e pelo já citado apuro da fotografia. Detalhe não pequeno é a presença do cenário do centro velho do Rio de Janeiro como ambiência da desolação do protagonista.
A terceira atração da noite de quinta-feira foi o curta mineiro Contagem, de Gabriel Martins e Maurílio Martins. Ao subir ao palco do Cine Brasília para agradecer, os dois se disseram até constrangidos de estar ali, porque o filme era trabalho de conclusão de curso. Tinham razão. A produção precária não estava à altura de um dos mais importantes festivais do cinema brasileiro. Teve a vantagem de se situar na cidade que lhe dá nome, na região metropolitana de Belo Horizonte, mas só isso foi pouco.
Beijos!
Posts recomendadosVer Todos
Felicidade no dia dos pais
Emoção por todos os poros
Audaciosamente indo
A descoberta do Brasil e outros deslocamentos
Delicada e forte carpintaria literária
Diferentes emoções numa impressionante coleção de contos