Que filmaço o novo do Polanski, The ghost writer, que chegou como O escritor fantasma no título brasileiro – taí um título que não precisava ser traduzido. Com uma trama sensacional, o filme é de tirar o fôlego.
Um escritor acostumado a atuar como ghost writer em biografias alheias (Ewan McGregor) é convidado a substituir o cara que estava escrevendo a biografia do ex-primeiro-ministro inglês (Pierce Brosnan). O antecessor morreu de forma suspeita, a ação se passa numa ilha mais ou menos perto de Nova York, e o clima de suspense cresce a cada passo que dá o protagonista.
Tem a mulher do biografado, uma influente “ex-primeira-dama” (Olivia Williams), tem a assistente do político (Kim Cattrall, a deliciosa Samantha de Sex and the city, com Ewan na foto), tem ligações perigosas com a CIA, com o governo britânico, tem uma aparição relâmpago do veterano Eli Wallach, tem pano pra manga.
O thriller político oferece ainda curiosidades extras: por causa do processo por estupro a que responde desde 1973, Polanski não pode entrar nos Estados Unidos. Então, a parte da ação que se passa naquele país foi filmada na Alemanha, numa reconstituição no mínimo ousada. E outro detalhe: por estar em prisão domiciliar na Suíça, o cineasta não pôde ir a Berlim receber o Urso de Prata de melhor diretor por este filme.
Inteligente, com um ritmo e uma tensão impressionantes, The ghost writer é uma obra rara em meio à avalanche de diversões ligeiras que tomam os cinemas.
Beijocas!
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