Uma das vantagens de não estar atrelada a uma instituição é poder ler fora de hora. Explico: é que, quando eu era editora de cultura de jornal, ficava obrigada a ler apenas lançamentos, o resto estava desatualizado. E depois que passava, não dava mais matéria. Agora, livre, estou tirando o atraso. Um deles, a deliciosa biografia de Tim Maia escrita por Nelson Motta três anos atrás. Vale tudo: o som e a fúria de Tim Maia (Objetiva, 392 páginas, cerca de R$ 40).
Que Tim Maia era um personagem antológico, todo mundo sabia. Muitas das histórias dele já eram conhecidas pelo folclore em torno de sua figura, por entrevistas em que misturava ironia com rara franqueza, até pelo livro que o amigo Fábio, companheiro de música e maluquices durante boa parte da vida, lançou em 2007 (o link para meu post neste blog é http://www.clara-arreguy.com/arquivos/2007_03_01_arquivo.html).
No livro de Nelson Motta, no entanto, a história do grande artista e do homem atormentado ganha fôlego de épico, com todos os motivos para tal. Tim era grandioso no talento e nos problemas, nada dele foi discreto ou menor. Até as aprontações, os vícios, os processos, os voos e os tombos. Fora os casos divertidos, as tiradas, a malandragem exercida em sua plenitude.
Tenho mais de 20 discos dele, chorei muito quando ele morreu, e a leitura da biografia me ajudou a matar um pouco a saudade de sua irreverência.
Vale a pena. Vale tudo, por sinal.
Beijões!
Estou lendo também, Clara. Também sempre gostei, torci por ele e admirei esse talento.
Você leu a biogrtafia do Eric Clapton. Gostei muito também.
Abraços,
Wá