O filme Um homem bom, co-produção inglesa e alemã dirigida pelo brasileiro Vicente Amorim (O caminho das nuvens), fala de aspectos pouco explorados nas histórias relacionadas com o período nazista: a forma como homens de bem, inicialmente em nada vinculados à ideologia hitlerista, contribuíram para as barbaridades cometidas pelo governo alemão naquele momento histórico. Baseado na peça de C.P. Taylor, narra a trajetória do professor John Halder (Viggo Mortensen, em excelente trabalho) que, da carreira acadêmica modesta, passa a um cargo de expressão nas SS ao atuar como ideólogo de posições como a eutanásia. Ex-combatente da Primeira Guerra, amigo de um judeu que como ele esteve no front, o professor se divide entre a lealdade a Maurice Gluckstein (Jason Isaacs, outro ótimo desempenho) e a seu empregador, o Führer. A sedução da jovem mulher ajuda-o a se enredar na ciranda de poder e status, mas um delírio sonoro e musical o chama de volta à consciência adormecida. Num filme sombrio, rodado na Hungria com elenco todo estrangeiro, Vicente Amorim faz com méritos sua estréia no mercado internacional.

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