O novo livro de Luiz Ruffato, De mim já nem se lembra, não é outro romance ou volume de contos nos moldes da literatura profunda e radical que caracteriza o escritor mineiro. Desta vez, ele buscou na própria vida familiar uma linda história, a de seu irmão, Célio, para mostrar, novamente, as transições por que passaram o país e sua região de origem (Cataguases, na Zona da Mata mineira), na virada dos anos 60 pros 70, com a industrialização e a urbanização que mudaram a paisagem do país. Célio trocou Minas por São Paulo em 1971. Foi trabalhar de metalúrgico em Diadema. Lutou, como bom cidadão, filho e amigo. Depois de muito ralar, conseguiu comprar um carrinho. Morreu na estrada, a caminho de casa, quando ia passar uns dias com a família. Ruffato resgatou as cartas que o irmão escreveu para a mãe nesses sete anos, de delizadeza comovente. Em poucas e singelas palavras, ele revela o que vivia na época, do primeiro amor ao futebol, e nos apaixona por sua figura simples e boa. Curto, singelo, lindo.
Beijos mil!
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