Cão sem dono, de Beto Brant e Renato Ciasca, ambientado em Porto Alegre e baseado em romance de Daniel Galera, mostra dois jovens à procura de sentimentos que limitações da própria vida impedem a maior parte do tempo. Ciro e Marcela se gostam, estão juntos, mas a doença dela e e a falta de perspectiva dele empurram a relação para um beco sem saída. Não há futuro, não há construção, há apenas o desejo. Quando se trata de amadurecer, isso dói: ele bate cabeça, precisa mudar, encontrar saída, construir-se. O filme, que poderia rumar para o tom excessivamente literário, despreza o texto escrito e parte para diálogos improvisados, cujo ponto de partida é a literatura de Daniel Galera, mas só. O resultado surpreende pela naturalidade, pela poesia, pela força. Intérpretes pouco conhecidos desempenham os papéis com impressionante vigor. Uma beleza de filme.
Beijos!
Posts recomendadosVer Todos
A descoberta do Brasil e outros deslocamentos
Delicada e forte carpintaria literária
Diferentes emoções numa impressionante coleção de contos
Silêncio! Precisamos ouvir o canto da iara
Nas alturas escarpadas da estética
Falta de pensamento e de contato com a realidade, e a canalhice de sempre