Só agora, no meu quarto dia em João Pessoa, foi chover de verdade, o que me impossibilitou de passear e me permitiu terminar a leitura de Satã em Gorai, de Isaac Bashevis Singer, aquele escritor premiado com o Nobel e que escreve – maravilhosamente bem – sobre questões judaicas. Este terrível romance se passa numa pequena comunidade na Polônia, no século 17. Alguns anos após um massacre promovido por cossacos, quando quase todas as famílias judias da região foram dizimadas, o povo retoma a rotina mas, inspirados por líderes messiânicos, os seguidores de uma seita que aguarda o reino do Messias espalham confusão. Satã (ou suas manifestações humanas), que em 1648 atacou na forma de um terrível carniceiro ucraniano, agora se infiltra entre os próprios judeus, dividindo-os e levando-os a cometer atrocidades entre si, a cegar diante das noções de pecado e virtude, bem e mal. Uma história terrível, passada em momento dramático da vida de um povo – ao qual não faltam acontecimentos trágicos em sua trajetória.
Beijos!
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