Acho que nunca demorei tanto para ler um livro como aconteceu agora, com Os filhos da meia-noite, de Salman Rushdie, que comecei no finzinho do ano e só fechei ontem (domingo), depois de três horas de embalo. Não era dificuldade nem ruindade, pelo contrário. É que tive pouco tempo de leitura em janeiro e fevereiro, por motivos de correrias várias, e o romance é longo, 600 páginas. Valeu o tempo. Trata-se de um romance (como o outro dele que eu havia lido, O último suspiro do mouro) em tom meio fantástico, que lembra os latino-americanos do gênero. O narrador protagonista nasceu no mesmo dia e hora que a independência da Índia, em 15 de agosto de 1947, e, nos 31 anos seguintes, tem sua vida profundamente ligada à história do país. Entre poderes extraordinários (dele e de outros “irmãos”, nascidos sob o mesmo signo), acompanhamos a política externa e interna do país, as difíceis relações entre Índia e Paquistão, a separação de Bangladesh, guerras, estados de emergência etc, junto a problemas familiares e pessoais de um personagem arrebatador. Sensacional!
Beijocas!