Branda brisa

Conheci Ana Maria dos Reis Cunha Magalhães numa escola que visitei, como escritora, e onde ela atuava, como professora. De uma conversa simpática, descobrimos mais afinidades do que imaginávamos: além de vizinhas muito próximas no mesmo bairro de Brasília, tínhamos igualmente livros publicados, para adultos e crianças, e paixões a nos mover pela literatura, pelos corredores escolares, pelas lutas dos que militam em defesa da educação e da cultura.

Tudo de apaixonante que há em Brasília está nos versos de Ana Maria: da natureza do cerrado à política; da brisa que sopra nos homens a fé emanada dos santos; do céu magnânimo e dos ipês multicoloridos ao nosso povo trabalhador, eternamente oprimido pela ganância dos poderosos. Mas a poeta vai além, ao percorrer os itinerários de sua história familiar, voltando a Minas e aos personagens que a constituem, dos antepassados (o pai) aos que virão (a filha).

Ana Maria dos Reis Cunha Magalhães ama a poesia e declara seu amor em várias formas: nos sonetos cuidadosamente elaborados, nos versos livres, em que a forma abraça o frescor de uma leitura do mundo, nas frases que pontificam uma filosofia de vida. Como é bom ajudar uma poeta a dar voz a seus anjos e demônios! Concordo plenamente com ela: que viva a poesia!

Clara Arreguy, escritora e editora