O motivo do meu contato

Publicar ou não livro de crônicas é sempre um dilema para o escritor brasileiro. Se, por um lado, as pessoas gostam desse gênero literário, admiram e dão excelente retorno, por outro é comum que nossas coletâneas sobrem nas prateleiras das livrarias e bancas onde somos expostos. Por que isso? Não sei. Sei que, quando fico muito tempo sem publicar no Facebook uma dessas minhas historietas, invariavelmente misturando amor e humor, aventuras e desventuras, buscando sempre a poesia do prosaico, “meus leitores” reclamam. Saúdam meu retorno após algum silêncio.

Talvez por isso eu tenha decidido desprezar as estatísticas das baixas vendas e resolvido publicar este livro que está nas suas mãos.

Trata-se da reunião de três tipos de textos que venho circulando nas redes sociais e em alguma publicação literária. Os primeiros 19 integram o que eu chamo de “Prosa crônica”, as tais historietas que fizeram meu finado irmão Mário Arreguy me epitetar “nossa contadeira de casos”. Em seguida vem “Resenha esportiva”, 33 textos mais curtos, escritos para integrar os projetos Crônicas da Copa e Crônicas Olímpicas, comandados pelos queridos parceiros Fernanda de Aragão e Márcio Assêncio Araújo. Nesses, comento futebol e outros esportes e busco a conexão entre tais temas que muito me aprazem e a política, a sociologia, a antropologia. Tudo é contexto, gente. Tudo é cultura. Na terceira parte, “Figurinhas e figuraças”, reuni 21 crônicas sobre pessoas, vivas ou mortas, cuja história me emociona e por isso acho importante compartilhar. Por fim, na última parte, reproduzo uma entrevista que dei ao José Nunes de Cerqueira Neto contando para os curiosos um pouco da rotina do escritor.

O título do livro não quer dizer nada além do que a frase que abre a maioria das abordagens que recebemos de quem nos chama pra falar do que não nos interessa. Ironia, apenas.