No Festival de Internacional de Verão que a Secretaria de Cultura do DF está promovendo, sempre com eventos gratuitos, fomos ver, na noite de sábado, o espetacular show do Som Imaginário. Espetacular é pouco. Imaginem pôr para tocar junto de novo Wagner Tiso (piano), Luiz Alves (baixo), Robertinho Silva (bateria), Tavito (violão) e Nivaldo Ornellas (sax), 37 anos depois da separação do grupo que na época acompanhava Milton Nascimento, Gal Costa e outros feras, sem falar nos discos antológicos que gravou, como A matança do porco.
Plagiando alguém, foram tantas emoções! Eles tocaram clássicos daquele som único que faziam, trazido do rock e do jazz, das sonoridades mineiras e do progressivo. Homenagearam integrantes de outras formações do Som Imaginário, como Zé Rodrix, morto em 2009, e Fredera. Deram aula de música e show de descontração e humor, admitindo até que deveriam ter ensaiado mais. Bobagem. Uma jam session como a que fizeram não se partilha todo dia.
Pontos altos: canções de Milton Nascimento, eterno amigo e parceiro, de quem levaram Tarde, Vera Cruz, Milagre dos Peixes e Canto latino. Outro: a lembrança de Zé Rodrix, “irmão” de um Tavito envelhecido, mas nem por isso menos inspirado. Tavito lembrou que os dois juntos compuseram Casa no Campo no caminho entre Brasília e Goiânia. E cantou este clássico, imortalizado por Elis Regina, num dos únicos momentos voz do show. A outra canção cantada por ele foi Feira moderna, de Beto Guedes, Lô Borges e Fernando Brant.
Tudo simples e sofisticado, sem paradoxo.
Antes do Som Imaginário, o grupo Marambaia de Brasília também mostrou ótima música instrumental, com trabalhos autorais e belas recriações de mestres da MPB e do rock clássico.
Beijocas!
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