A cinebiografia O contador de histórias, sobre o mineiro Roberto Carlos Ramos, resultou num filme bom e forte. Sem poupar detalhes sórdidos, o diretor Luiz Villaça (da boa comédia Cristina quer casar) traça a trajetória do menino de favela levado pela mãe para a Febem porque a família era numerosa e pobre. Na instituição, ele aprende a ser bandidinho e, após passar por toda sorte de problemas, acaba encontrando uma francesa que o ouve. A partir da conversa entre eles, o amor maternal o resgata para a vida. Ele descobre o dom de contador de histórias, vai com a nova mãe para a Europa e se transforma em professor e num dos mais bem-sucedidos artistas em sua área.
O elenco é excelente, à frente a portuguesa Maria de Medeiros, mas com boas participações também de atores menos conhecidos e inclusive uma feliz preparação das crianças. Não é gratuita a presença de José Roberto Torero entre os roteiristas.
A reconstituição de época conduz à minha Belo Horizonte dos anos 70 igualmente com rara felicidade. Enfim, um filme que poderia cair no melodrama condescendente não o faz, optando pelo tom dramático na medida.
Beijins!
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