A vida inteira respondi à pergunta sobre meu sobrenome com uma explicação ligeira: é basco, mas da região francesa do País Basco. Baione. O avô de meu avô imigrou pro Brasil com dois irmãos, uns foram pra Minas, outros pro sul do Brasil… Resposta quase idêntica à que Ana Luiza Panyagua Etchalus dava aos que lhe perguntavam a mesma coisa.

Fui apresentada a Ana Luiza por essas coincidências: uma amiga em comum nos pôs em contato porque ambas somos escritoras que gostamos de futebol. Acabou que o sobrenome basco nos mostrou muito mais afinidades, e acabei comprando o livro dela, “Alma Basca”, para conhecer um pouco mais sobre a cultura de nossos ancestrais.

Já havia lido um livro sobre a história desse povo, quando passei por lá na primeira viagem de bicicleta pelo Caminho de Santiago, em 2010. Na ocasião, comprei até dicionário de basco. O livro de Ana Luiza também traz informações importantes sobre o país, o idioma, costumes e lendas. Mas o mais interessante é a história do reencontro dela com os primos da Argentina e da Europa, sua viagem no tempo e no espaço, quando visitou a pequena vila de onde vieram seus antepassados.

Pouco se sabe sobre os bascos, e o livro de Ana Luiza certamente abre uma porta nesse sentido. Ilustrada por fotos, mapas e depoimentos, contribui para a simpatia ou adesão a uma causa libertária de um povo que luta, há séculos, pela sua identidade.

Beijos!