O cunhadio é questão nacional desde o slogan brizolista que tentava afastar do candidato o parentesco com João Goulart: “Cunhado não é parente, Brizola presidente”. Dizem que, mesmo quando um casal se separa, sogra será pra sempre sogra, cunhado também pra sempre. Seja como for, Antônio Pimentel é meu cunhado pra sempre, desde que pai dos meus amados sobrinhos Luísa e Bernardo. Cunhado e compadre. Fui sua primeira amiga na família, somos amigos até hoje. Por isso me sinto ainda mais feliz com o lançamento de seu primeiro livro, A Lembrança Mais Antiga (Desconcertos Editora).
Antônio escreve bem desde sempre. Lia seus trabalhos escolares quando fomos contemporâneos na militância estudantil na Fafich, suas reflexões, uma ou outra reflexão sobre assuntos diversos, da política e da sociologia à memória e à educação. A crônica como hábito e exercício regular, no entanto, ele passou a praticar somente no Facebook, ao descobrir o (e ser descoberto pelo) universo das redes sociais. Com a escrita de seguidos causos, lembranças, reflexões, Antônio foi carreando uma legião de admiradores e seguidores, os “amigos feicebuquianos”, gente que ele nem conhecia pessoalmente.
Agora, com o lançamento de A Lembrança Mais Antiga, muitos desses amigos virtuais estão tendo a oportunidade de estar pessoalmente com o Antônio e receber uma dedicatória, um abraço. Mas o melhor de tudo é curtir, reunidas, aquelas histórias que ele publicava com frequência irregular. Casos da impagável Vó Vita, anedotas do folclore familiar (que muitos de nós já conhecíamos, mas que agora estão imortalizadas no papel), situações em que ri de si próprio e de sua falta de “traquejo social”. As crônicas arrancam ora gargalhadas, ora lágrimas furtivas. Tocam a sensibilidade do leitor não apenas pela graça em si das narrativas, mas pelo tempero de quem escreve com ironia e afeto.
A gente que escreve a vida inteira acha que só se torna escritor de verdade quando tem um livro publicado. Antônio está curtindo essa alegria do primeiro “filhote” e, como todo escritor de verdade, já planejando o segundo. Nós, seus leitores, aguardamos com igual ansiedade.
Logo cedo, Vi a resenha escrita pela Clara. Fiquei muito feliz, mas tive que sair correndo para uma consulta oftalmológica. Agora, olhos examinados e recuperados, li o que Clara escreveu. E fiquei mais feliz.
É um honra ter meu livro de crônicas comentado por uma escritora plena. Escrevo ainda tateando o ofício. Sou um aprendiz. Clara, desde muito cedo, investiu na vida de escritora. Tem longa estrada percorrida, com talento e competência.
Não imaginava que o lançamento de um livro fosse fonte da tantas alegrias. Mais: o lançamento do primeiro livro tem sabor de quero mais. Vou seguir nessa peleja.
A resenha de Clara, amiga querida, cunhada eterna, tia dos meus filhos, é um incentivo e tanto. Agradeço muito! Obrigado, Clara! Vou contar e mostrar para todo mundo. Bjs,
Antônio