O novo romance de Domingos Pellegrini, Quadrondo, trabalha tanto com a questão da dualidade que acaba parecendo dois romances em um. No primeiro, pontifica o professor Tião Terra, um cara cínico, machista e beberrão, que defende a tese de que o que é humano vem da combinação entre quadrados e redondos, retas e curvas, natureza e cultura. Sua síntese seria o quadrondo, a quadrôncia ou o que o valha. O professor está em viagem, junto com outros escritores brasileiros de renome, na Alemanha, justamente quando cai o muro de Berlim. Na segunda metade do livro, Terra larga o emprego na universidade e se muda para uma ilha, onde conhece uma jovem e vira uma espécie de benfeitor do lugar, criando uma cooperativa e mudando a vida das pessoas. Todo politicamente correto, o epílogo não corresponde aos melhores momentos da primeira parte, mas não deixa de trazer reflexões interessantes sobre o Brasil e o mundo contemporâneo.
Beijocas
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