Custei muito a ler, mas não por culpa do livro, e sim pela falta de tempo e a necessidade de intercalar leituras de trabalho, o romance O paraíso na outra esquina, de Mario Vargas Llosa, relançamento que conta a história de duas grandes personalidades do século 19, o pintor Paul Gaughin e sua avó, Flora Tristan. Ele, mais conhecido, foi um revolucionário não apenas nas tintas do impressionismo, cuja genialidade esteve ombro a ombro com Van Gogh e outros contemporâneos, mas também pelo comportamento, pela vida que levou, procurando romper com hipocrisias, com as amarras da sociedade ocidental repressora. Ela, menos conhecida, foi uma mulher especial. Inaugurou o feminismo avant la lettre, pregou um socialismo em que mulheres e trabalhadores deveriam se unir para superar as opressões do capitalismo nascente. O romance alterna uma e outra história, que se passsam com poucas décadas de separação (neto e avó não chegaram a se conhecer) e mostram vidas difíceis, enormes sofrimentos e conquistas que redundaram em ganhos para as gerações seguintes. Ambos morreram após doenças muito sofridas, ela aos 41, ele aos 53 anos.
Beijos!
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