Mais que as palhaçadas de Selton Mello na pele do homem apaixonado pela parceira ideal, A mulher invisível, de Claudio Torres, vale pela inteligência na construção da comédia romântica. O público tem se molhado de rir do contorcionismo histriônico do protagonista nas cenas em que, à moda de Steve Martin, contracena com ninguém pensando que a Luana Piovani está ali. Mas os diálogos e a própria “tese” – idealização x realização das relações possíveis, busca do amor x utilitarismo do sexo – valorizam mais o filme do que a piada pronta da mulher inexistente.
Selton Mello está bem, mesmo com os trejeitos forçados. Luana Piovani, deslumbrante. Vladimir Brichta, sempre bom comediante. E a jovem Maria Manoella surge bem, principalmente com a ajuda luxuosa da “coadjuvante” Fernanda Torres (apesar do deslize de continuidade, já que ela aparece com a mesma barriga de gravidez nos diferentes meses em que se passa a história). Destaque também para a ótima trilha sonora.
Diversão inteligente, sem compromisso e sem culpa.
Beijos!
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