Um autor maravilhoso, referência em sua geração e pouco popular fora dos circuitos mais literários é Luiz Vilela. Mineiro de Ituiutaba, ele tem sido brilhante desde seus primeiros lançamentos, há quase 50 anos, mas o pouco conhecimento em torno do seu nome é uma grande injustiça, porque Luiz Vilela escreve bem demais. É mestre dos contos, mestre dos diálogos, profundo, crítico, íntegro. Um autor maiúsculo em nossa literatura.

Só agora li seu romance “Perdição”, de 2011, em que ele contra a história de um pescador que se torna pastor de igreja evangélica e desce aos infernos em sua busca por uma missão, um sentido para a vida. Metafórica ou realística, qualquer leitura que se faça do livro mexe com angústias e desejos de alguém que vê além do dito e do mostrado.

Dramático e profundo, Luiz Vilela constrói diálogos por vezes hilariantes, na ironia, na desconstrução do ridículo, do mítico, do efêmero, do singelo. É leitura para devorar e devotar. Como uma aula de boa escrita, de coragem para tocar na ferida.

Ainda bem que li dele o volume de contos “Cabeça”, um dos livros mais geniais que já degustei, “Tremor de Terra”, “Entre Amigos”, “Bóris e Dóris”… Que bom que agora eu li “Perdição”! E que ótimo que ainda faltem dezenas de livros dele para curtir.

Beijus!