Emoção, história, denúncia… “A Dama Dourada”, de Simon Curtis, possui todos os elementos de um filme excelente. Baseado em fatos reais, conta a história de uma judia radicada nos Estados Unidos desde a II Guerra Mundial. Maria Althmann (a premiada e maravilhosa Helen Mirren, foto), após a morte da irmã, descobre que seria herdeira de um dos quadros mais famosos de Gustav Klimt, o que dá nome ao filme.
Austríaca como o pintor, que era amigo de sua tia Adele (retratada na obra-prima), ela conta com a ajuda de um advogado trapalhão para ir atrás de direitos, contrariando interesses econômicos e políticos da Áustria e daqueles que desejam enterrar no esquecimento os crimes cometidos pelos nazistas em diversos países europeus. Na Áustria, cicatrizes ainda estavam abertas, e a de Maria Althmann, por mais que doesse, não a impediu de ir à luta.
O advogado inexperiente, Randy, vivido por Ryan Reynolds, neto do papa da música dodecafônica, Arthur Schoenberg, não tinha a menor noção dos valores históricos, culturais e emocionais envolvidos naquela trama. Ia apenas atrás de dinheiro. Por se tratar de uma obra-prima, a questão envolvia milhões de dólares. Mas tudo muda ao longo de um caminho de anos, em que sua relação com Maria ganha profundidade e ele aprende com a vida.
Um filme lindo, emocionante, mas também importante por ensinar história, direitos. Programa imperdível!
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