O cara não é best-seller à toa. Veja o John Grisham, autor de sucessos estrondosos, nos livros e no cinema, como “A firma”, “O dossiê pelicano” e “Tempo de matar”. Li dele um romance nessa linha, “O homem que fazia chover”, antigo, mas muito interessante. Primeiro por causa do personagem principal, um jovem que acaba de se formar advogado. Azarado e cheio de problemas com dívidas, tudo acaba dando errado para Rudy. Até que ele pega um caso de uma família pobre, que tinha seguro, o filho adoeceu com leucemia e a companhia se recusou a pagar.

Rudy é inteligente, bem-intencionado e ético. No entanto, vai caindo em armadilhas e tendo que fazer coisas das quais não se orgulha muito, mas que precisa fazer pra seguir em frente. Ele se faz questionamentos éticos o tempo todo. Ri de si. Não se leva muito a sério. No entanto, sabe que sua causa é justa. O rapaz doente vai morrer a qualquer hora, sem atendimento, porque um transplante de medula é carérrimo e não há outra saída.

Daí a gente vê por que os Estados Unidos são mais atrasados que o Brasil. Lá não há SUS. A pessoa não tem direito a um tratamento público. Ou paga, ou dança. Por isso, Obama e sua política de criar um sistema de saúde mais universalizado causa tanta celeuma. Tem custo, e todos, a sociedade, deve pagar para que os pobres tenham atendimentos como esses.

Nada disso está no livro, são minhas conjecturas. O que tem lá é o sistema bruto, massacrando as vítimas. São as grandes corporações lucrando milhões e milhões de dólares e desrespeitando a clientela. O livro é engraçado, inteligente, prende do início ao fim. É um best-seller, mas só com as qualidades do gênero.

Beijinhos!