Saltei a crônica de ontem devido à falta de graça dos jogos vencidos por Argentina e Holanda, que provavelmente farão uma quarta de final mais emocionante do que foram as partidas contra Austrália e Estados Unidos. Ontem foi devagar quase parando. Enquanto hoje o bicho pegou, e tudo afinal aconteceu.
Claro que estou falando de Mbappé, mas também dos gols históricos de Kane, Giroud, Lewandowski, dos desempenhos convincentes dos vitoriosos das oitavas deste domingo.
Bom futebol nas duas sessões, das 12h e das 16h, e um show de bola do menino Mbappé, consolidado como o craque desta Copa e a França como a maior favorita ao titulo – a não ser que o Brasil, amanhã, nos convença do contrário.
Será que o menino Neymar, ou Neymala, de acordo com a preferência de cada um, tirará da boca de seu colega de clube o doce da vitória? Duvido, mas o futebol é uma caixinha de deixa pra lá, então não se deve apostar muito dinheiro nem no sim nem no não.
Por ora, fiquemos com Mbappé e seus recordes: cinco gols nesta ediçao, é o artilheiro da Copa até agora. Nove em duas edições do certame com menos de 24 anos, tirando de Pelé a primazia de marcar o maior número de vezes nessa idade. Mbappé já foi cotado pra ser filho do goleiro Dida, que jogava na França em 1998, quando ele nasceu. Não passou de especulação. Filho de pai camaronês e mãe argelina, namora uma modelo trans, o que só comprova que a multiculturalidade e a pluralidade estão no seu DNA.
Conheço uma menina que não quis assistir a esta Copa do Mundo do Catar porque sabe que se vir o Mbappé vai se apaixonar perdidamente. Ele tem isso. Não é lindo maravilhoso, mas é cativante, carismático, tem aquela carinha fofa que requer todo o carinho que a gente puder lhe dedicar. De minha parte, dedico ao Mbappé todo o meu. E minha admiração, minha gratidão por toda a alegria que ele traz nas pernas com que joga o melhor futebol do mundo hoje.
O brasileiro tem dificuldade de pronunciar este nome, Mbappé, por causa dessa consoante que antecede outra no início da palavra, o que não usamos na nossa língua. Sem problema. A gente já aprendeu a falar nomes mais fáceis e mais difíceis, de Lewandowski e Friedenreich a Modric e Harry Kane, de Aboubakar a Neuer. Em compensação, ensinamos o mundo a falar Pelé e Garrincha, Rivaldo e Ronaldinho, e assim la nave vá.
Amanhã saberemos se estamos no páreo ou se Mbappé já pode reservar um lugar ao lado do seu no avião praquele troféu cobiçado por todos nós. Acho que tá no papo – dele. Mas torço pra estar errada.
Texto publicado originalmente no projeto Crônicas da Copa – www.cronicasdacopa.com.br
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