O novo filme de 007, “Skyfall”, tem muita ação interessante, mas não achei o melhor de todos, como foi propalado por aí, como se os tempos de Sean Connery tivessem ficado pra trás. Pera lá! Tudo bem que os efeitos de hoje em dia superam anos-luz aqueles primórdios, mas a simples adaptação das tramas aos novos tempos, sem Guerra Fria nem os famosos “inimigos” óbvios, não resolve tudo.
Vejamos por exemplo o “novo inimigo”, o terrorismo, como vem sendo colocado, sem pátria nem coloração própria a não ser o ímpeto mercenário. Nesta nova produção, o inimigo é interno e tem o único objetivo de se vingar do sistema que o fez e destruiu. Ora, motivação mais tosca, impossível. A grande mãe encarnada por M, a grande mãe. Me poupe.
Em que pesem as boas interpretações, principalmente de Javier Bardem (foto de divulgação) e Judi Dench, e as sensacionais perseguições, o roteiro deixa a desejar, principalmente no momento em que um pouco de criatividade seria útil. Como na sequência final, na Escócia, em que todos os esforços os bandidos se dirigem ao time de 007 enxertado apenas por um velhinho e uma dinamite, sem qualquer recurso do serviço secreto. Me poupe de novo.
Ah, a apresentação é sensacional. Vale um filminho sozinho. Beijocas!
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