Os melodramas têm seu lugar na cinematografia (e no novelário, com força), mas são sempre malvistos. Talvez por isso, Um lugar para esquecer passe tão de liso pelos cinemas. Não que seja ruim. Só que a carga dramática é tal que as pessoas não têm paciência. São vários tipos de sentimentalismos: o caso da mulher que apanha do namorado; o caso da filha criada sem pai; o caso da mulher que estava dirigindo quando seu marido morreu num acidente; o caso do pai que não perdoa a morte do filho; o caso do avô que custa a aceitar a neta; o caso do amigo que se feriu gravemente ao ser atacado por um urso; o caso do outro amigo que estava bêbado quando isso aconteceu; e até o caso do urso que vai morrer se ficar longe de seu habitat. Tem tanto motivo para lágrimas que você nem chora. Vê os dramas se acumulando e espera dar um risinho quando for possível. O ponto alto é a relação entre os dois velhos (Robert Redford e Morgan Freeman, gigantes). Só ela já vale o ingresso. Como eles estão presentes a maior parte da fita, compensa o peso melodramático.
Beijos e bom resto de domingo.
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