As comédias de Hugo Carvana (Vai trabalhar, vagabundo, Se segura, malandro, Bar Esperança, o último que fecha) sempre foram mais que besteirol. Faziam crônica de costumes, retratos de certa geração e certa intelectualidade carioca, por intermédio de personagens meio marginais, mas sempre críticos ao establishment. A casa da mãe joana, que acaba de estrear, deixa de lado qualquer pretensão que outrora moveram o cineasta em nome do humor mais escrachado e sem compromisso. Fotos de Che, Trotsky e Vidas secas ao fundo não passam de cenário. Nada dizem das motivações dos malandros protagonistas, resumidos a estereótipos em busca de sobrevivência. Nem a plêiade de estrelas salva o humor do filme. Poucos são os momentos realmente cômicos. Como confessa Paulo Betti numa das cenas de bastidores que ladeiam os créditos finais, seu maior esforço de interpretação foi segurar a barriga. Pouco para nomes como ele, Wilker, Laura Cardoso, Malu Mader, Pedro Cardoso e outros. Os melhores momentos ficam por conta de Antônio Pedro, agora assinando Borges no nome, um talismã que Carvana exibe em todos os seus filmes. Pouco, infelizmente.
Beijins!
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