A leitura dos livros sobre a ditadura militar me remeteu a situações vividas naquela época, ainda criança, vivas na memória mas adormecidas sob o peso dos anos. Músicas, por exemplo. O hino do sesquicentenário da Independência, de cuja letra me lembrava praticamente inteira, não consegui achar no YouTube, mas conferi a letra, parece que de autoria de Miguel Gustavo (o mesmo do Pra frente Brasil).
Fui dar uma checada nos hits de Dom e Ravel, os porta-vozes da ditadura em suas mensagens edificantes para a juventude, e encontrei boa parte deles no YouTube. Não era só Eu te amo, meu Brasil, mas também Marcas do que se foi, Só o amor constrói e Você também é responsável, coisas incrivelmente engraçadas se ouvidas fora do contexto repressivo da época.
Nos comentários a essas músicas, na rede, manifestações do pessoal da direita lamentando saudosos o fim do regime militar e dos “verdadeiros patriotas”.
Tire do contexto e ria. Sem tirar, é de chorar.
Beijocas!
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