Foto: Paulo de Araújo
A segunda noite competitiva do 42º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro foi irregular, com obras aquém da primeira noite. Os curta que abriu a sessão, Bailão, de Marcelo Caetano, até que foi interessante, por mostrar o cotidiano de homossexuais mais velhos, que se encontram num salão de baile carioca onde podem paquerar sem perturbação. Sem o glamour nem as plumas das paradas gays tão populares hoje em dia, aqueles senhores dão depoimentos sóbrios e até amargos sobre um tempo em que eram confinados à sombra, sobre o advento da Aids e outras mazelas.
Em seguida, veio o curta Água viva, de Raul Maciel, que acompanha a passagem de uma menina da infância para a condição de mulher, através do desejo e das mudanças do corpo. Com roteiro confuso e interpretações fracas, foi recebido com apatia pelo público do festival.
O longa da noite, Perdão, Mister Fiel, obteve muitos aplausos, mas deixou a sensação de trazer elementos demais e resolvê-los mal. Trata-se de um filme importante, pelo resgate de uma história trágica e essencial na virada política do país durante a ditadura militar (o episódio da prisão, tortura e morte do operário Manuel Fiel Filho, cuja viúva, Teresa, aparece na foto), mas que possui poucas qualidades como cinema. O roteiro mescla depoimentos com a encenação (fraca) de trechos da vida de Fiel.
A reportagem, abrangente demais, abre tanto o leque que não consegue responder a tudo que se propõe. Tem a história de Fiel, o PCB, a morte de Vladimir Herzog, a tortura no Brasil, a Operação Condor, que uniu ditaduras do Cone Sul para combater a “subversão”, a ação da CIA e do governo norte-americano no apoio aos golpes etc. etc. etc.
Entre os depoentes, quem rouba a cena é o ex-agente do DOI-Codi Marival Chaves, que abre o verbo sobre tortura, assassinato e todo tipo de ato ilegal cometido pelos órgãos de repressão, citando nomes de algozes e vítimas e fazendo revelações até então mantidas nos porões da história.
O presidente Lula fala bem sobre o episódio e o período. Depoimentos de José Sarney foram bastante vaiados pela plateia, que vaiou só um pouquinho Fernando Henrique Cardoso e Jarbas Passarinho e poupou Roberto Freire (presente à sessão) a pedido do diretor do filme, Jorge Oliveira.
As noites de sexta a domingo vou perder porque saio em viagem, mas na segunda, volto e comento mais o Festival de Brasília.
Em seguida, veio o curta Água viva, de Raul Maciel, que acompanha a passagem de uma menina da infância para a condição de mulher, através do desejo e das mudanças do corpo. Com roteiro confuso e interpretações fracas, foi recebido com apatia pelo público do festival.
O longa da noite, Perdão, Mister Fiel, obteve muitos aplausos, mas deixou a sensação de trazer elementos demais e resolvê-los mal. Trata-se de um filme importante, pelo resgate de uma história trágica e essencial na virada política do país durante a ditadura militar (o episódio da prisão, tortura e morte do operário Manuel Fiel Filho, cuja viúva, Teresa, aparece na foto), mas que possui poucas qualidades como cinema. O roteiro mescla depoimentos com a encenação (fraca) de trechos da vida de Fiel.
A reportagem, abrangente demais, abre tanto o leque que não consegue responder a tudo que se propõe. Tem a história de Fiel, o PCB, a morte de Vladimir Herzog, a tortura no Brasil, a Operação Condor, que uniu ditaduras do Cone Sul para combater a “subversão”, a ação da CIA e do governo norte-americano no apoio aos golpes etc. etc. etc.
Entre os depoentes, quem rouba a cena é o ex-agente do DOI-Codi Marival Chaves, que abre o verbo sobre tortura, assassinato e todo tipo de ato ilegal cometido pelos órgãos de repressão, citando nomes de algozes e vítimas e fazendo revelações até então mantidas nos porões da história.
O presidente Lula fala bem sobre o episódio e o período. Depoimentos de José Sarney foram bastante vaiados pela plateia, que vaiou só um pouquinho Fernando Henrique Cardoso e Jarbas Passarinho e poupou Roberto Freire (presente à sessão) a pedido do diretor do filme, Jorge Oliveira.
As noites de sexta a domingo vou perder porque saio em viagem, mas na segunda, volto e comento mais o Festival de Brasília.
Beijos!
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