Pra não perder o costume de ler um policial sempre entremeado com outras leituras mais “sérias”, me deliciei com “Preto no branco”, de George Pelecanos, uma aventura de investigação que não deixa de lado o suspense psicológico e tramas políticas tendo como pano de fundo o racismo em Washington DC.
Já estive na capital dos Estados Unidos e pude comprovar como é grande a população negra na cidade. Por isso mesmo, os conflitos acirrados se fazem presentes. No romance, o investigador Derek Strange (negro) é contratado pela mãe de um policial (negro) que foi morto acidentalmente nas ruas da cidade.
Terry Quinn era um policial (branco) que, numa ronda, viu um negro apontando uma arma para um branco. Após um pequeno tumulto, ele se precipita e atira. Só que o negro morto era policial à paisana e o suspeito (branco) é que era bandido.
Enfim, nessa trama em que pessoas de bem tentam provar que não são racistas, mas não conseguem evitar o susto quando um grupo de jovens negros vem em sua direção numa calçada, à noite, personagens do submundo do tráfico e agentes da lei nem sempre estão do lado certo.
Com questionamentos sobre lei, ética, aparências e essências, o romance de Pelecanos prende e envolve mais que a polícia. Captura o leitor. É dos bons!
Bisous!
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