A comédia As aventuras de Agamenon, o repórter, de Victor Lopes, é ruim, mas nem tanto. Há algumas piadas interessantes, mas falta ao filme ritmo, roteiro, concentração de situações realmente cômicas. A inspiração em Forrest Gump fica anos-luz do original. A graça, de fato, está na brincadeira, que percorre todo o filme, de misturar ficção e realidade, mas puxa um riso meio amargo. Seria cômico não fosse trágico.
Então, vamos ao que interessa: que o jornalismo no Brasil acabou, ninguém duvida. O fato de um falso repórter, um personagem fictício, ter-se tornado o jornalista mais famoso do país é prova disso. Agamenon é personagem, mas também o são Pedro Bial (foto), inclusive fazendo papel de Pedro Bial jovem, na derrubada do Muro de Berlim, Ruy Castro, Nelson Motta… São todos personagens de si mesmos, há anos intepretando o tipo que o filme, fazendo piada, repete…
Pode-se dizer o mesmo de Caetano Veloso (nada a ver com seu talento como artista) e Fernando Henrique Cardoso (nada a ver com sua importância histórica). Viraram personagens de si mesmos, figurinhas repetidas eternamente a dar entrevistas sobre assuntos variados, tudo em geral.
Agamenon tem mais graça quanto mais politicamente incorreto soa, nas grosserias que quebram a monotonia do “bom-gostismo” imperante. Mas é pouco para fazer dele o hit do verão. Faltaram os demais cassetas ao lado de Hubert e Marcelo Madureira? Faltou carisma aos protagonistas? Marcelo Adnet é bom ator, mas a fórmula está batida… Ser pouco engraçado é o maior pecado que uma comédia pode cometer.
Beijus!
Clarinha, meu orgulho!
De hoje em diante, seguirei esse blog! Degustei os dois últimos textos e adorei! Quero maisiiii!!!
Beijos
Rodrigo Smokovitz Nogueira