A coisa funciona assim: você tem um compromisso às 15h40, então pode almoçar e assistir a um filme às 13h30, mas o único em cartaz nesse horário é “Crô, o filme”. Aí você pensa: “Putz, mas a novela já era tão ruim, um filme de carona nela deve ser uma bela” – bem, você sabe o que eu pensei. Mas fui assim mesmo. E não é que o Aguinaldo Silva, novelista e autor do roteiro do filme, e o Bruno Barreto, diretor conceituado, fizeram um esforço para salvar o caça-níquel do desastre total?
A ideia foi inserir na história algo politicamente correto. Se a graça de Crô (na ótima interpretação de Marcelo Serrado) havia se salvado no fiasco que foi a novela “Fina Estampa”, o contraponto entre o gay e o machão vivido por Alexandre Nero continua a funcionar na telona, mas não daria um filme. Então entra na trama o par de vilões vivido por Carolina Ferraz e Milhem Cortaz. Eles exploram imigrantes bolivianos clandestinos na indústria de confecção paulista, e dali sai a pequena heroína da trama, a menina Paloma (Urzula Canaviri).
Com trabalho escravo e trabalho infantil denunciados pela trama, a piada velha representada pela reciclagem de personagens ganha pelo menos algum sentido. Não deixa de ser piada velha, mas alguma coisa se salva…
Beijões!
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