Gosto de livros de história, principalmente aqueles em que o autor tenta aproximar a história do leitor, sem o cacoete acadêmico. Por isso, e por muito mais, viajei em “O Rio da Flor da Mata”, de Antônio Soares Castor. Conheci o Castor no evento de autores caratinguenses do qual participei, de penetra, em Brasília – embora minha família materna seja de Caratinga, eu mesma sou de BH e só fui àquela cidade uma vez.
O Castor tem uma forma interessante de abordar a história de Caratinga, pelo “atalho” da história do rio e dos índios que ali viveram antes e durante a colonização dos brancos. Num diálogo entre dois professores à beira d’água, em meio a uma pescaria, ele vai alinhando fontes, dados, propostas de combate à poluição da bacia, de forma que o leitor nem vê que está assistindo a uma aula – uma só, não, várias. Sobre os índios, então, são informações ricas e raras.
O livro contém, antes da parte histórica, uma espécie de conto de ficção que reúne diversos causos, lendas, microcontos, narrados por um casal também sob a forma de diálogo. Em ambas as partes do livro, Castor revela prosa fluente, agradável, rica em imagens e imaginação.
Um grato encontro para quem não conhecia o autor. Mas, cá pra nós, nenhuma surpresa para quem sabe que, daquelas águas do Caratinga, tudo que sai vem com dose extra de talento.
Bjs!
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