Fui seca ler o livro Romário, na esperança de conhecer detalhes da trajetória do craque da Copa de 94, certamente com uma boa história: menino de família pobre do subúrbio do Rio, passou dificuldades para subir na vida como jogador de futebol, até se tornar ídolo no mundo inteiro, conquistar o tetra para o Brasil com seus gols e jogadas, ficar milionário, com carreira polêmica e vida pessoal cheia de material para fofocas.
Se a história é rica em si, o livro, não. “Escrito” pelo radialista Marcos Vinícius Rezende de Morais, amigo de Romário, limita-se a alinhar uma série de depoimentos, quase uma centena, sem edição, sem redação final. Não digo nem pelos numerosos erros de português, mas pelas repetições sem fim. Dezenas de histórias se resumem a “conheci o Baixinho numa pelada na praia, ficamos amigos, reencontrei-no balada, ele me levou pra trabalhar com ele, me carregava para passear na Europa”.
Casos repetidos, sem situar devidamente onde, quando e quanto foram os jogos, sem um trabalho de informação, enfim, um livro que visa mais agradar ao craque do que ao leitor. E ajudá-lo no momento em que problemas financeiros assombram sua aposentadoria, a ponto de devolvê-lo ao futebol, já que está pra jogar de novo, agora pelo América do Rio.
Beijocas!
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